domingo, abril 08, 2012

Eu torcia toda noite para que você me ligasse. E isso era uma merda. Uma grande merda. Gostava da sua voz, do seu jeito malandro de falar. Incrivelmente impossível a forma como você me enfeitiçava com aquele seu tom rouco e grave. Eu até tentava me desligar de você um pouco, te tirar da minha cabeça por segundos, mas a saudade batia tempos depois de você ir pra casa. Batia muito forte mesmo. Espancava meu coração já tão frágil, contigo dentro. Tão frágil e iludido. Eu havia prometido mil e quinhentas vezes, nem tão contadas assim, para mim mesma que não iria tirar os pés do chão contigo, que não criaria diálogos, nem planos, nem expectativas, nem uma vida onde o nós predominava. Mas não adiantava. Os textos até se tornaram clichês de tanto que os escrevi, e eu disse a mim mesma que não dedicaria tudo isso para outro alguém ou melhor, para ninguém. Não teve jeito, me entreguei. Já não ouvia seu nome sem me perguntar onde você estava. Já não lia uma mensagem sua sem sorrir. Já não olhava nos teus olhos sem me envergonhar com a forma que você me desconcertava. Escrevi cartas que nem te entregarei por serem exageradamente suas, tão suas que você nem precisaria ler, já estão em você. Eu estava tão fascinada que tinha certas frases suas, favoritadas. Pensava em como te beijaria, em como te abraçaria, se forte, se fraco, se carinhosamente ou se tiraria teu fôlego. Perguntava-me se também me queria desta forma, incondicional. Ficava madrugadas em claro conversando contigo, mesmo que nem dormisse no outro dia, mesmo que o motivo para você estar ali, não fosse eu, valia a pena cada minuto de sono perdido se ao teu lado passasse. E eu me lembro de quando disse ao espelho que não faria isso de novo, mas vejo que já faço pior. Eu repeti tantas vezes para mim que não me perderia, e agora, agora mesmo, eu nem me encontrar quero, só se for com você. Eu esqueço do mundo por causa de você. E sim, a culpa é tua, toda tua, completamente tua. O café que já tinha esfriado, esquentou de novo. O que é inacreditável. Você me deixou mais doce que açúcar com teu cheiro e com esse teu sorriso. Você fazia meu coração não ter mais como bater, se fadigar, se cansar. Minha respiração decaia e eu entrava em estado de êxtase total quando te via. Poderia ser a pessoa mais extrovertida do mundo, que procuraria um buraco pra me esconder ou teria um distúrbio e faria de tudo pra lhe chamar a atenção. Queria te trazer pra casa agora, deitar-te na minha cama, bordar meu nome na sua toalha e o seu nome na minha. A vida dificulta. Eu nem sei muito bem se você sente tudo isso por mim. Não dá pra ter certeza de nada. Sei que queria. Ouvir um “eu te amo” sincero vindo de ti ou receber o abraço mais bem dado. Queria poder saber se o efeito que eu causo em você é o mesmo que tu causas em mim. Queria receber uma mensagem de madrugada dizendo que você não consegue dormir pensando em nós dois. Queria uma ligação de saudade. Queria te conhecer mais um pouco, saber tuas piores manias e tuas melhores. Ter mais certeza de que até teus defeitos me agradam, até teu fanatismo exagerado, até teu desastre, até às vezes que você não se importa com nada, só pra eu poder falar pra mim mesma: “viu otária? você gosta de tudo nele … Fraca!” (o pior é que ando gostando de ser fraca com você). E fraca continuarei sendo, só pra poder ouvir tuas músicas e encostar minha cabeça no teu peito, sentir teus dedos entrelaçados nos meus, só para ti cuidar de mim. Mesmo doendo de vez em quando, é bom saber que no outro dia vou poder te ver e falar com você,  receber um beijo teu e um carinho teu. Ouvir uma mentira talvez, nunca dá pra saber se é verdade, mas do mesmo jeito, continua sendo bom. Continua sendo melhor do que seria se fosse com outra pessoa. Continuo querendo que nunca me deixe, nem que seja pra ser só assim, mais ou menos, nem tanto, não oficialmente, só pra nós dois termos absoluta confirmação de todos os fatos. Continuo precisando que você nunca me deixe, porque se me deixar, talvez eu até aguente, até passe depois, talvez eu até consiga sobreviver, aliás, eu conseguiria, mas apenas sobreviver … não é mesmo?  Perdoe-me todas as vezes que eu errar, de qualquer forma, te prometo que vou fazer de tudo pra isso não acontecer. Seja meu, é a última coisa que te peço. Seja meu. (supergirl)

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