segunda-feira, abril 16, 2012

Segunda, 17 de Novembro, 2002.
Fui em direção ao telefone, tinha que ligar para o meu pai. Tu .. tu .. tu.
- Alô?
- Oi, pai!
- Pai? Quem fala?
- Aqui é Maria. - Segundos depois entendi - Nossa, me desculpe. É o Henrique, não é? Foi sem querer. (Risos).
Tão acostumada em ligar para ele, meu cérebro já automático, discou sem querer. Mas será que estava tão assim? Assustei-me comigo mesma, porque isso geralmente acontece quando a paixão é rotineira.
- Ah, oi Maria! Bem que percebi que a voz era familiar … - Ele riu.
- Que vergonha Henrique, eu queria ligar para o meu pai, acho que o número de vocês deve ser meio parecido.
Não era nenhum pouco parecido, lhes garanto. Quase que ao contrário. Mas o que poderia fazer? Estava na minha mente depois de tantas vezes tentando ligar para ele e conseguindo apenas uma ou duas.
- Ah, sem problemas! Não precisa ter vergonha. - Ele me confortou.
- Sinto muito mesmo, Henrie. - Lamentei - Mas agora tenho de desligar, meu pai pediu para que retornasse urgentemente.
- Tudo bem, Maria.
- Então tá bom. E repito, mil desculpas.
- Obrigada Maria, o mesmo.
- Ok então, tchauzinho.
Passaram alguns segundos e eu não conseguia desligar.
- Ah … Maria?
- Oi.
- Sua voz é muito bonita.
Corei, ainda bem que fora pelo telefone. Não sabia o que falar, agradecia, ria ou desligava ali mesmo? Resolvi ser racional.
- Obrigada Henrie - soltei algumas risadas envergonhadas - Não sei o que falar.
- Não precisa falar nada. Posso te buscar às 8 horas, sexta?
Ele o quê? Meu Deus!
- Não sei bem, acho que não tenho nada. Posso te ligar amanhã pra confirmar?
- Claro que pode. Espero tua ligação então. Tudo bem?
- Tudo bem.
- Tchau Maria.
- Tchau Henrie.
Tu .. tu .. tu .. tu.
Pois é, esse som foi só mais o começo de uma semana atordoada de pensamentos e invenção de diálogos, de tortura e coisas na minha cabeça. Ligaria para ele no outro dia confirmando.
(supergirl 

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