quarta-feira, abril 18, 2012

Não, definitivamente eu não me apaixono mais por ele. Chorar durante um mês sem parar cansa qualquer um, não é mesmo? Até porque nem lágrimas me restam mais para chorar por algo que valha a pena, a partir de hoje. Mas já joguei tanta coisa fora desde que ele se foi que posso dizer que não tenho mais nada que me prenda a alguém. Teve um dia que sem nada pra jogar fora, joguei meu coração. Pois é, não tenho mais aquele ser vermelho que pulsa aqui dentro, cheio de sentimentos e emoções. Tenho sim, um órgão que bombeia o sangue para as outras partes do meu corpo. Até porque não o tiraria de dentro de mim, porque acredito que ninguém mereça que eu vá, para me dar valor. Mas aquela história de emoção, de sonhos, de sorrisos sem graça, isso eu já não tenho mais. Acho que quando se cresce e se chora durante um mês sem parar, a gente aprende não é mesmo? Ou muitas vezes não. Mas comigo foi diferente. Me isolei, me afastei e não é mentira quando digo que as vezes me esqueço de acordar. Até porque acordar não tem lá suas vantagens, muita das vezes. Levantar, escovar os dentes, tomar café, colocar uma roupa… Por falar em roupa mudei meu guarda roupa. Totalmente. Isso porque muitas roupas que eu tinha, perdi. Elas rasgaram, por causa dos espinhos que as vezes saem sem querer. Um espirro e alguém acaba machucado. Ainda não tenho domínio do tom da minha voz. Por isso que ultimamente tenho sido áspera. As pessoas dizem que me tornei um pouco mais cruel. Mas não é culpa minha, tentem entender. Vocês não sabem como é passar 40 dias abobada, achando graça em tudo e no 41º dia ser deixada no altar. Tudo bem, que não fui deixada no altar, mas muita coisa perdeu o sentido quando ele foi embora. Por isso não quero mais notícias, não quero mais saber: se ele está bem, se está feliz, se está com outra, se ele a ama, pouco me importa. Até porque o espaço para sentir saudades de tudo o que vivi, foi jogado fora junto com aquele short rosa… Junto com tudo o que um dia eu guardei para ser feliz. E se não der para sorrir daqui pra frente, não tem problema, os espinhos até que estão me fazendo bem, me dão um ar meio cômico, meu sério. Mas real.

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