terça-feira, abril 17, 2012

Reticências, será preciso de muitas quando o assunto for eu, não terei coragem de colocar muitas verdades, e abrirei parênteses, pularei cenas que não quero lembrar, e lembrar-me-ei de outras que deveria não ter notado, mentirei como sempre, e vou exagerar muito. Não vou dizer que meus olhos são cheios de verdade, e que sou sozinho demais. Que ninguém me nota, ou que sou popular. Me descreverei como ser de imaginação. Que vive de sonhar, e sonha pra viver. Minha pediatra me descrevia da seguinte forma: Pequeno em altura, porém idéias que extrapolam limites. Aliás, essa é a ironia da vida: Tentar encontrar sentido em algum lugar, sendo que nada tem sentido. O tempo continua, da mesma forma. Os segundos parecem se repetir, mas todos os detalhes se perdem dentro de mim a cada dia que passa. Ainda que dure, não serei eterno. E no mais tardar, essa história que escrevo agora, terá o seu final. Abro a porta do banheiro, e aquele cheiro de sangue invade minha respiração. Não me importou, conheço bem aquele cheiro. É retirado todos os dias de mim, e sempre ignoro o fato de aquele ser o meu sangue. Para mim, não faz falta. Afinal, é isso que o amor faz conosco, não é? Abre grandes feridas. Sejam físicas ou emocionais. Eu consumo aquilo que me depende, e vem aquela dúvida: “É assim que vou continuar vivendo pelo resto da minha vida?” Talvez seja uma pergunta retórica, “Até quando vou escolher ser assim?” Tão eu ficar parado e tenso na hora da resposta, muito comum, desistir de tentar responder e deixar sem respostas. Esse é apenas um lado meu que nunca tive coragem de revelar.

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