Era mais um dia normal, ela acordo, tomo seu café, e ficou sem fazer nada, como sempre. Dia frio, sereno na janela do seu quarto bagunçado. Era bom, se essa bagunça fosse só no quarto dela. Mais não, a bagunça também estava na vida dela, no coração daquela pequena. Pequena, mais porém, com um coração enorme, e partido. Depois de tantos quebrar o coração dela, era possível o coração ainda ter espaço para amar? Ela ainda tinha motivos para sorrir? Talvez sim, talvez não, nunca se sabe né.
terça-feira, abril 17, 2012
Reticências, será preciso de muitas quando o assunto for eu, não terei
coragem de colocar muitas verdades, e abrirei parênteses, pularei cenas
que não quero lembrar, e lembrar-me-ei de outras que deveria não ter
notado, mentirei como sempre, e vou exagerar muito. Não vou dizer que
meus olhos são cheios de verdade, e que sou sozinho demais. Que ninguém
me nota, ou que sou popular. Me descreverei como ser de imaginação. Que
vive de sonhar, e sonha pra viver. Minha pediatra me descrevia da
seguinte forma: Pequeno em altura, porém idéias que extrapolam limites.
Aliás, essa é a ironia da vida: Tentar encontrar sentido em algum lugar,
sendo que nada tem sentido. O tempo continua, da mesma forma. Os
segundos parecem se repetir, mas todos os detalhes se perdem dentro de
mim a cada dia que passa. Ainda que dure, não serei eterno. E no mais
tardar, essa história que escrevo agora, terá o seu final. Abro a porta
do banheiro, e aquele cheiro de sangue invade minha respiração. Não me
importou, conheço bem aquele cheiro. É retirado todos os dias de mim, e
sempre ignoro o fato de aquele ser o meu sangue. Para mim, não faz
falta. Afinal, é isso que o amor faz conosco, não é? Abre grandes
feridas. Sejam físicas ou emocionais. Eu consumo aquilo que me depende, e
vem aquela dúvida: “É assim que vou continuar vivendo pelo resto da
minha vida?” Talvez seja uma pergunta retórica, “Até quando vou escolher
ser assim?” Tão eu ficar parado e tenso na hora da resposta, muito
comum, desistir de tentar responder e deixar sem respostas. Esse é apenas um lado meu que nunca tive coragem de revelar.
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