quarta-feira, abril 18, 2012

Nas quartas e sextas, o Skatalites era de lei. Não tinha mais como mudar essa rotina. Ela precisava desse balanço, dessa tranqüilidade, dessa ‘pausa’ na rotina. Os instrumentais transportavam ela pra outros lugares. Ela podia inventar um milhão de letras diferentes para aquelas melodias e ela gostava disso, porque assim ela fugia da mesmice. Sem contar que ela é completamente apaixonada pelo som do saxofone. Puta que pariu, como essa guria gosta de saxofone. Mas ela mal tem fôlego pra encarar a rotina e vive respirando por um fio, que não conseguiria tocar sax. Uma pena. Ou não. Pois assim dava mais valor para aqueles que o conseguem com tamanha maestria que são capazes de causar um sentimento nojento nela: a inveja. O mal de todos os séculos se você parar pra ver.
Ela gostava tanto de Skatalites porque despertava nela a vontade de dançar. E de sonhar. E ai, as pessoas invejosas ficavam longe, bem longe. Igual o pensamento dela, que só queria esquecer esses aborrecimentos rotineiros e ser livre. Fosse por seis minutos, não importava. Colocava no ‘Repeat’ e deixava fluir. O dia todo se deixassem. Nunca deixavam.
Então ela nunca os ouvia.
Só ouvia o seu Skatalites e ficava bem assim.

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