"Eu me ajeitaria para você. Realinharia todas as
linhas tortas e não-paralelas, usaria régua dessa vez e as traçaria com
calma. Eu me restabeleceria para você. Eu reescreveria todas as palavras
ilegíveis já escritas. Eu faria com que você me quisesse. Se não
estivesse bom, eu faria ficar. Te daria mil presentes, sendo que 500
desses seriam beijos e abraços. Eu cuidaria de você. Mudaria. Quer
dizer, se você achasse necessário. Eu faria tudo isso. Porque nunca
achei ninguém melhor que você na arte de me irritar e de me deixar feliz
ao mesmo tempo. Apenas você consegue bagunçar meu cabelo, me xingar dos
pés a cabeça e me fazer te amar mesmo assim. Eu me adequaria aos teus
padrões, até sabendo que seria melhor se tu gostasse de mim, já desta
forma, até com os defeitos de fabricação. Eu me corregeria para ti.
Faria com que meus erros fossem acertos ao teu ver e prosseguiria assim.
Eu me concertaria para você. Apertaria todos os parafusos meio soltos
na medida que você achasse necessária. Eu ficaria até mesmo mais bonita.
Mudaria as minhas manias. Porque eu nunca achei nada tão incrível
quanto você. Motivo primordial das minhas alegrias e tristezas. Eu
deixaria de ser eu, pra ser você, pra ser pra você."
Era mais um dia normal, ela acordo, tomo seu café, e ficou sem fazer nada, como sempre. Dia frio, sereno na janela do seu quarto bagunçado. Era bom, se essa bagunça fosse só no quarto dela. Mais não, a bagunça também estava na vida dela, no coração daquela pequena. Pequena, mais porém, com um coração enorme, e partido. Depois de tantos quebrar o coração dela, era possível o coração ainda ter espaço para amar? Ela ainda tinha motivos para sorrir? Talvez sim, talvez não, nunca se sabe né.
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