Estou com medo de cair na mesma e velha rotina. Muitos dizem que o abismo é o convívio exagerado.
Queria ter certeza que conosco não vai ser assim, mas infelizmente,
tenho a certeza mais que exata, do contrário. Sinto muito, porém tenho
uma vontade insana de partir-me quando penso nesse fato. E já
vejo os sintomas. Sempre começa assim. Até as ligações de telefone são
mais curtas. Vira e mexe, não sentem mais falta e, se
sentem, é daquilo que talvez nem exista mais. É o momento de comprovar
que se amam verdadeiramente. Talvez sim, talvez não. Apenas aqueles que
tem a resposta positiva passam no teste. E o teste é ver se aguentam um
ao outro por amor. E “aguentam” é uma palavra forte. Forte, porém correta, neste caso. Rotina. Desgasta e vai deixando cortar os fios da relação aos poucos. O laço afrouxa e se desfaz na primeira puxada. Até que sobra apenas um pouco. Uma semente que, se não alimentada, não avança. Sobram apenas as migalhas. Tudo que era magia, retorna a realidade. Suspiros vêm e vão, nada se vê, além das sobras. Não chorarei.
Sei que não. Mas não posso deixar de pensar que machuca imaginar essa
hipótese. E ainda mais com você, que eu quis cativar e proteger de tudo
isso. Mas tentei. Só não arranjei solução até agora. É como aquela
camisa que você sempre adora porém que com o tempo vai desfazendo o
bordado, apagando a estampa e descolorindo o tom. Mesmo que fosse uma
das suas favoritas, você não usaria mais, por inconveniência. Relações
são assim. E eu não acredito mais que possam não ser. Mas queria acreditar. Queria acreditar que é apenas uma fase. Que logo mais, poderíamos estar conversando como sempre conversamos, como amigos além de tudo. Queria acreditar que tudo passa, que nem sempre tem fim. Queria até mesmo, que eu pudesse ser boa para ti, assim como tu és para mim, mas não sou. Olhe ao seu redor. Lembro-me do dia que te falei que você iria cansar. E quando a gente cansa, começa assim, o assunto se desvai, os sorrisos diminuem e o amor então, nem se fala. Aprendi que amor não é pra sempre. Só me ensina a fazer o seu e o meu, ser. (supergirl)
Era mais um dia normal, ela acordo, tomo seu café, e ficou sem fazer nada, como sempre. Dia frio, sereno na janela do seu quarto bagunçado. Era bom, se essa bagunça fosse só no quarto dela. Mais não, a bagunça também estava na vida dela, no coração daquela pequena. Pequena, mais porém, com um coração enorme, e partido. Depois de tantos quebrar o coração dela, era possível o coração ainda ter espaço para amar? Ela ainda tinha motivos para sorrir? Talvez sim, talvez não, nunca se sabe né.
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