Era mais um dia normal, ela acordo, tomo seu café, e ficou sem fazer nada, como sempre. Dia frio, sereno na janela do seu quarto bagunçado. Era bom, se essa bagunça fosse só no quarto dela. Mais não, a bagunça também estava na vida dela, no coração daquela pequena. Pequena, mais porém, com um coração enorme, e partido. Depois de tantos quebrar o coração dela, era possível o coração ainda ter espaço para amar? Ela ainda tinha motivos para sorrir? Talvez sim, talvez não, nunca se sabe né.
terça-feira, abril 17, 2012
Chegava um momento em que eu percebia que algo me incomodava. Não era
fome, nem vontade de um belo banho, nem sono, eu sabia que não. Era uma
vontade piedosa, incontrolável. Eu segurava o celular; uma folha de
papel como se fosse chegar à concluir algo interessante em relação. Eu
precisava de vento. Minto, eu precisava de calor, se consegues entender.
Um sinal de amor. Eu não podia ficar sem falar um dia com você. Faltava
algo. Eu ia na padaria, ou só olhava o lado de fora de casa no final da
tarde parecendo até que você fosse aparecer. Quem dera. Minha vontade
era de ligar pra ti. O dia estava me proibindo da minha calma, do meu
bem. Como pode fazer isso comigo? Estaria eu como em uma prisão à um
sentimento estúpido de necessidade -com nenhum pouco de certeza-
recíproco a ti. Eu apenas olhava para a câmera fotográfica ao meu lado
com um desejo inquieto de ligá-la e ver fotos de nós dois. Não tinha. Um
passeio nosso para ficar guardado em memórias viciantes, por favor.
Também não tinha. Ao acordar, gostaria de abrir as cortinas e mostrar
como o sol se mostra e ver-te sorrindo com uns olhinhos demonstrando
sono, que ultimamente sinto saudades de ter, à noite, claro. Ter um café
da manhã completo seria se eu olhasse para o lado e te encontrasse -em
pé- colocando meu suco e me pedindo calmamente pra comer tudo que eu
tivesse direito. O ideal também seria eu esperar chegar quase 5 horas
da tarde todos os dias, somente pra te encontrar e fazermos assim, um
lanche da tarde; um passeio de mãos dadas ou até mesmo com você me
empurrando só pra eu chegar mais perto de ti e nossos contatos -de
lábios e olhos- se encantarem por tanta paz. Minha paz, nossa.
Complicado é assistir um filme romântico, daqueles franceses; italianos
ou de casais náufragos sem pensar em ti. Foi algo. Foi algo importante.
Algo nos induziu pra nossa primeira conversa, lembra-se dela?
Discretamente mostramos o quanto nos importamos com o futuro um do
outro. Ah, meu bem, então que façamos dele cheio da gente. Um futuro com
uma abundância fantástica de nós. Nem sequer preciso aprofundar o
assunto da vontade indecifrável que tenho de te ligar; passar o dia
falando com você e se for preciso, ficar em silêncio, imaginando como
estarias do outro lado da linha. Não conseguia. Estava impaciente. Toda
tentativa frustrada de tentar entrar em contado com você era impedido
por algo, exceto a da minha mente, mas nem esse meio, não sabia se
poderia ser recíproco. Peguei novamente seu numero que estava em uma
gaveta, e disquei. Confesso que fiquei intrigado pelo ocupado, quem te
ligaria a essa hora? Um pretendente talvez. Resolvi não imaginar, e
ligar 30 minutos depois. Sua voz, tão dócil, e confortante, poderia
ouvi-la por um dia todo sem parar, mas você sempre desligava 3 minutos
depois por não haver resposta do outro lado da linha. Seria um começo
falar meu nome, mas não mudaria algo, mudaria? Conversávamos grande
parte do dia, por dois ângulos diferentes. Poupei grande parte do que
não tinha coragem de dizer, recolhi e mudei o contexto, a única coisa
que não tinha mudanças era o final, com um adeus seco, você saia e me
mandava se cuidar, como se fosse possível ficar tranquilo sem sua
ausência. O anônimo que se preocupava era eu, demorava responder, porque
tinha que atuar como dois personagens, um que se preocupava, e outro
que escondia. Abria os livros, e cuidadosamente me iludia, estava já
incapaz de imaginar algo que você não fizesse parte, era um amor com
gosto de loucura, ao mesmo tempo que estava feliz respondendo suas
perguntas, estava triste, formulando novas respostas. Para que fosse
possível um dia chegássemos a um denominador comum, só faltava uma
coisa, deixar de sonhar, e optar com acordar, por mais dócil que seja
ter você em todos eles, despertar faz pensar que ainda estou em um dos
meus pesadelos, me fazendo esquecer de viver, e esquecer de acordar. Yandra Brito (maquia-dores) + Sam (oquevocesignificaparamim)
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