segunda-feira, abril 16, 2012

- Pera, pera, para! Ouve.. Olha só. Tá ouvindo? - Ela sorriu.
- Ouvindo o quê? - Ele riu - Eu acho que você sofre das faculdades mentais. - Debochou.
- Ah, sofro! Sofro sim. Só agora que percebeu? Tô aqui com você, perdendo meu tempo. - Fez cara de quem se safou.
- Ah, mocinha! Está ficando esperta. - Ele riu torto, sabia como conquistá-la.
- Eu sou esperta, é diferente. - Disse, já encantada com a expressão dele.
- O que você tava ouvindo, minha princesa? - Ponto fraco. Fim. Na verdade, começo. De um surto, agora sim, as faculdades mentais dela, iriam parar no mundo da lua. Suspirou.
- Você sabe que eu não posso com os seus apelidinhos carinhosos. Parece que você faz de propósito. - Reclamou a ele, como quem não gosta.
- Claro que faço de propósito. - Sorriu.
- Ouve a música agora, tá? - Fechou os olhos e mergulhou profundamente.
- Que música é?
- A nossa música! - Ela arregalou os olhos - Você tem uma péssima memória. Eu nem vou perder mais meu tempo ficando brava com você.
- É óbvio que eu sabia que é a nossa música, sua boba. - Ele sabia mesmo.
- Dá pra ver que sabia. Se acha que vai sair bem dessa, como sempre faz, desculpa… Mas desta vez, não!
- Tô te falando que eu sabia. Mas se você não quer acreditar então …
- Tá bom, tá, tá. - Ela o interrompeu. - Eu acredito. - Bufou.
- Eu sei que acredita. Afinal, eu batalhei tanto tempo pra conseguir isso, a sua confiança. - Ele virou os olhos, como quem sabe de tudo que vai acontecer.
- Eu não confio em você!
- É, e se eu falar agora que eu não sabia que era a nossa música?
- Eu vou rir e falar que soube desde sempre. Até porque, é claro que você não sabia qual é, você mal sabe a letra, você na verdade, não sabe de nada.
- Pois é, está me comprovando, vamos continue … - Ele ironizou - E se depois eu tornasse a dizer que eu sabia sim?
- Talvez eu acreditasse. Mas só se você ficasse enchendo o saco por muito tempo. Mas eu sei que você não sabe. - Ela ajeitou seu rosto entre os joelhos unidos.
- Viu, o quanto confia em mim? - Ele, como a todo instante, riu.
- Claro que não!
- Eu sei que é a nossa música. - Falou, sério.
- Sabe? - Perguntou, confiando.
- Não! - Gargalhou - Mal sei a letra.
- Você é chato, cara. Chato demais!
- Ah é, sua bobona? - A puxou - Agora vai lá, fala que não confia em mim!
Ele sabia qual era a música, sabia a letra de cor e salteada e quando a ouvia, lembrava da jovem amada no mesmo instante.

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