domingo, abril 08, 2012

Era para ser amor, mas acabou em amizade. Vocês já viram algo assim? Algo que era para ser tão forte, duradouro, dominador […] Acabou como algo tão protetor? Era para eu te amar, era para eu acordar com você do meu lado todos os dias, sabe? Era para nós sermos confidentes, amantes, namorados, mas hoje eu te protejo como uma mãe. Hoje eu sou a sua irmã mais velha. Não que eu não goste desse cuidado excessivo que eu tenho com você, mas não era para ser assim. Era para ser diferente. Era para termos seguido aquele script que nós dois fizemos, todos aqueles planos para nós dois. Era para tudo ter sido perfeito como aqueles clichês em forma de pensamento. Não que eu não goste da sua amizade e de você falando de seus casos e amores, mas eu queria ser elas. Queria ser a garota que você abraça antes de dormir e a primeira garota que você pensa quando acorda. Queria ser a mulher que vai estar na sua casa te esperando, a mulher que vai ter os seus filhos, a mulher que vai cuidar de você para sempre. Mas sabe, começamos bem. Começamos como amantes. Mas era algo que não iria acontecer, né? Nós. Nós, é coisa tão impossível, né? Coisa tão fora da realidade. Soa até engraçado, falando em voz alta. N-Ó-S. Eu e você. Dá até vontade de rir, agora que estamos falando sobre isso. Tipo aquelas cócegas que você ri forçado, sabe? Aquelas risadas falsas que dá para sentir a falsidade. […] No fundo me dói, sabia? Me dói saber que você me trocou, que você achou alguém melhor do que eu e que você está feliz, pois sempre o meu maior objetivo foi te fazer feliz, não importasse o como. Ou com quem. […] Mas isso me serviu como aprendizagem, querido. Isso me mostrou o quão estúpida eu tenho que parar de ser. Ou tão ingênua, também. Que eu não posso acreditar em qualquer “eu te amo” e ter cuidado com as minhas palavras. E não me entregar a qualquer eu te amo. As pessoas não podem vir satisfazer suas carências comigo, me despertar todo esse amor e depois me tratar “de volta a normalidade”, sabe? Isso é injusto. Mas até que eu venho lidando com tudo isso, lidando com o fato de eu sempre me foder, com o fato de eu sempre me dar mal. É inacreditável. A pessoa ama, mas te ama com força - ou finge, né? - e depois te larga. Não o largar no verbo em si, mas te rebaixa, te esquece. Depois que o fogo apaga, sobra só o meu. Ou só eu. Talvez o erro esteja mesmo em mim. Nessa minha mania de querer abraçar o mundo com as mãos. Essa minha mania de colocar sentimento aonde não tem e se tem, nem sempre é na mesma intensidade. Mas que mal tem em ver bondade no mundo? Em querer ver o melhor das pessoas? Que mal tem em se entregar? Em se permitir amar? Só queria tais respostas. Eu poderia ser diferente, ser isso ou aquilo outro. Mas essa sou eu. Essa menina frágil e boba que não sabe por qual motivo, insiste em acreditar. e por acreditar, se ilude, se engana e permanece. Só. Sozinha.

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