Se fosse uma comédia-romântica-americana, a gente se encontraria
daqui a um tempo e eu diria a ele, que mesmo depois de ter conhecido
homens que não se irritavam com as minhas ironias, não me seguravam com
tanta força a ponto de me esmagar, não amavam os amigos acima de tudo,
não tinham respostas pra tudo de forma tão irritante. Não eram tão
orgulhosos como eu, não tinham humor tão negro. Não eram convencidos
demais, Não gostam de flash backs com ex. Não tiravam sarro do meu time,
não ligavam se eu confundisse nomes de capitais, movimentos artísticos,
ruas e bairros, era ele que eu gostava, era ele que eu queria. E ele me
diria que, mesmo depois de ter conhecido mulheres que comiam de forma
correta nos horários, mulheres que não fossem tão ciumentas e
possessivas, mulheres que arrumavam a cama e não demoravam tanto para
sentir prazer, não tinham pernas tão finas, tampouco testudas, não
cantavam tão mal, não tinham medo de tudo, não eram tão irônicas, não
questionavam tudo o tempo inteiro, não falavam demais, era de mim que
ele gostava, era eu que ele queria. Mas a realidade é que não gostamos
desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus
“cult” onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como
aconteceu com a gente.
— Tati Bernardi
Era mais um dia normal, ela acordo, tomo seu café, e ficou sem fazer nada, como sempre. Dia frio, sereno na janela do seu quarto bagunçado. Era bom, se essa bagunça fosse só no quarto dela. Mais não, a bagunça também estava na vida dela, no coração daquela pequena. Pequena, mais porém, com um coração enorme, e partido. Depois de tantos quebrar o coração dela, era possível o coração ainda ter espaço para amar? Ela ainda tinha motivos para sorrir? Talvez sim, talvez não, nunca se sabe né.
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